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Layla and Other Assorted Love Songs

06/11/2014 19:32

Hoje falaremos do álbum Layla and Other Assorted Love Songs da banda Derek and The Dominos.

 

Antes de mais nada vou apresentar a banda e contar a história por trás do disco.

 

A Banda

Derek and The Dominos foi uma banda de blues/rock formada em 1970 por Eric Clapton (vocal e guitarra), Bobby Whitlock (piano e vocal), Carl Radle (baixo), Jim Gordon (bateria) e Duane Allman (guitarra). Todos os membros foram integrantes da banda Delaney and Bonnie e após o fim desta, resolveram criar esse projeto para lançar apenas um disco.

A origem do nome possui diversas histórias, porém em sua biografia, Clapton afirma que Tony Ashton anunciou a banda como Del and the Dominos (até então a banda não possuía nome e Eric Clapton não queria assinar com seu nome para evitar “badalações”). Assim, após a junção de Del+Eric, surgiu o nome Derek.

 

O Álbum

O disco começa com a música “I Looked Away”. Ela tem uma levada ao estilo country e logo de cara já mostra o sofrimento pelo qual Clapton passava. Veja esse trecho:
And if it seemed a sin/To love another man's woman, baby/I guess I'll keep on sinning/Loving her, Lord, till my very last day (E se pareceu um pecado amar a mulher de outro homem, acho que continuarei pecando. Amando ela, Deus, até meu último dia).

 

Na sequência temos “Bell Bottom Blues”, que é a única canção escrita somente por Clapton. Essa é uma música muito bonita no melhor estilo Blues/Rock e com certeza uma das melhores do álbum. Aqui mais uma vez Clapton mostra toda sua dor, seja na interpretação ou na letra e solo. A música surgiu, segundo o próprio Clapton, após Pattie pedir para que ele trouxesse dos EUA uma calça boca-de-sino azul (em inglês, a Blue Bell Bottom).

 

A terceira faixa é “Keep on Growing”, a mais agitada do disco. Sua letra mantém a mesma temática das outras, o amor não correspondido. Veja o trecho: “You walked right into my life and told me love would find a way to keep on growing, keep on growing, keep on growing” (Você andou pela minha vida e me falou que o amor encontraria uma forma de continuar crescendo).

 

Em seguida temos o cover de “Nobody Knows You When You're Down And Out”, de Jimmy Cox. Aqui temos a faixa mais blues de todo o trabalho. Essa versão é bem mais longa do que a original e mostra um nível de dor maior do que as outras. O solo é muito bonito e o vocal bem arrastado. Aqui Duane Allman passa a tocar junto com a banda.

 

A quinta faixa, “I’m Yours” é a mais fraca. Ele mantém a pegada triste do álbum e nos presenta algo mais acústico e simples.

 

Agora temos “Anyday”. Mais uma boa canção. Aqui se destacam os vocais de Clapton e as linhas de guitarra.

 

“Key to Highway” é a canção que segue; é um cover. Até hoje essa música é executada nos shows de Clapton e no álbum possui quase 10 minutos. Os solos são muito bons e cheios de feeling.

 

“Tell the Truth” é uma canção excelente onde Clapton e Withlock se alternam nos vocais. Ainda é executada por Clapton em alguns shows ao vivo (como no show ao lado de Steve Winwood). As guitarras de destacam mais uma vez.

 

Em seguida temos “Why Does Love Got To Be So Sad?”. O nome é autoexplicativo ao seguir com as linhas levadas pelo coração partido do Slowhand. Essa faixa tem uns riffs muito bons e um solo excelente.

 

Agora temos mais um cover, “Have You Ever Loved A Woman”. Essa é mais um blues clássico que banda arrastou e moldou ao formato do trabalho. Tem uma introdução de guitarra muito boa. Então acaba o lado A do vinil.

 

Aqui temos o cover do clássico de Jimi Hendrix, “Little Wing”. Essa versão soa muito como uma canção diferente. A versão original parece muito mais pessoal e de certa forma parece que Hendrix tocou para ele mesmo, já a versão da banda Derek and The Dominos é muito mais encorpada e longa. A banda conseguiu reformular toda a estrutura da música e lançou um épico. Bobby Whitlock detona nos backings e Clapton quebra tudo nos solos. Essa faixa só perde para a canção título.
Na minha opinião essa versão ficou melhor do que a original.

 

Agora temos mais uma canção mediana (não quer dizer que é ruim) com uma levada country, “It’s too late”. A base da letra é a mesma.

 

Chegamos ao ápice do álbum. O ponto mais alto em todos os sentidos, inclusive no que toca à temática. Essa é um clássico do rock mundial. É impossível você ouvir o riff de introdução e não saber que se trata de “Layla”. Tudo é perfeito. A introdução já mostra o que será a canção e então nos deparamos com um vocal muito bom e um instrumental excelente. Quando pensamos que a música acabou, eis que surge uma belíssima linha de piano que segue até o fim. Uma curiosidade é que não foi o tecladista/pianista da banda quem a escreveu e sim Jim Gordon, o baterista. Vale ouvir todas as versões, até mesmo a acústica.

 

No fim temos uma canção subestimada. "Thorn Tree In The Garden" foi escrita e cantada por Bobby Withlock. Essa música é muito bonita e sua levada acústica é bem interessante. O problema é que ela foi inserida após “Layla” e isso iria ofuscar qualquer canção posta nessa posição.

 

Esse álbum deve ser conhecido e deve fazer parte da coleção de qualquer pessoa que ouse dizer que gosta de música. Independente do gosto musical é impossível não gostar desse trabalho e se sensibilizar pela dor aqui apresentada, volto a falar que os homens vão entender.

 

Eric Clapton casou-se com Pattie Boyd após apresentar a ela o álbum e esta se separar de seu atual marido. A declaração era tão explícita que ela não teve como resistir.

 

O próprio George Harrison ouviu o álbum e disse (isso é verdade): “Pode ficar com ela. Você a ama mais do que eu”.

 

A banda fez uma turnê para divulgar o trabalho e se separou logo após.

 

Jimi Hendrix nunca chegou a ouvir o cover de “Little Wing”.

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